quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Ensino Superior?


Porque depois de democratizar o acesso ao ensino fundamental, a próxima meta para fazer o Brasil crescer é a democratização do Ensino Superior...
Manchetes de alguns jornais anunciam a demissão em massa de professores mestres e doutores das faculdades que foram compradas pela  Anhanguera Educacional Participações S/A no final deste ano...

Qual a ligação entre essas duas afirmações? Ironicamente, na ultima segunda-feira (19/12) enquanto os jornais anunciavam a demissão em massa dos professores, a presidenta Dilma falava no Programa Café com a Presidenta sobre o Programa Ciência Sem Fronteiras  que visa fornecer bolsas de estudos para os estudantes que conseguirem boas notas na prova do ENEM, com isso o programa procura preparar melhor os profissionais para algumas áreas especificas, onde o nosso país sofre de carência de profissionais, além de universalizar o ensino superior independente da classe a que os estudantes pertencem,
Realmente, estudar no exterior vai ser uma ótima experiência para muitos estudantes contemplados pelas bolsas, mas qual será o futuro dos estudantes que continuarem seus estudos no nosso país? Se levarmos em conta que o exemplo das recentes demissões realizadas nas instituições do Grupo Anhanguera, podemos afirmar que o futuro da ensino superior não será nada animador, uma vez que mestres e doutores foram mandados embora para dar lugar a graduados e especialistas que acabam sendo mais lucrativos para a empresa. 
Infelizmente o ensino superior atualmente esta ligado ao termo empregabilidade, não se estuda para a formação intelectual, toda a formação é técnica e voltada para o mercado de trabalho que pede cada vez mais agilidade na formação, as pessoas já não podem se preparar bem,elas devem apenas acumular diplomas. E mesmo diante de denuncias como a mudança nas grades curriculares a falta de qualidade e preparo dos professores que trabalham nas instituições de ensino pertencentes ao grupo Anhanguera, o numero de alunos nelas não para de crescer, unica e simplesmente porque possuem um preço demasiadamente mais barato se comparado a instituições particulares mais renomadas. Porque o que conta não é a qualidade do ensino, antes é sua praticidade e rapidez.
Outro fator importante a se apontar e a crise educacional na qual o Grande ABC irá mergulhar, uma vez que a maior parte de suas instituições agora pertencem ao Grupo Anhanguera. Logo cabe a reflexão: será que essa região esta fadada a viver a homogeneidade do pensamento? Seria essa a recompensa pelo papel histórico fundamental que a mesma exerceu para o crescimento da cidade de São Paulo? Cabe a nós moradores e intelectuais da região ficarmos atentos a mudanças que ainda estão por vir.
O programa Ciência sem Fronteiras pode sim, em alguns aspectos, ser uma boa solução para a democratização do ensino superior, contudo, aos que aqui ficarem cabe a coragem de acreditar que num futuro distante, a educação neste nível possa se tornar de fato superior e não continuar sendo inferior se comparada aos demais países.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O Intelectual


Outro dia, ao conversar com um amigo falando sobre meu pouco tempo para escrever devido aos congressos que tenho de participar este semestre ele brincou comigo me questionando:
- Afinal de contas, você faz o que, medicina?
Ri da piada do rapaz, mas por outro lado não deixei de me sentir um pouco incomodada com as meias verdades que essa brincadeira trouxe em si, afinal de contas, será que intelectuais só podem ser aqueles indivíduos que não estejam diretamente ligados a área educacional?
No imaginário popular, intelectuais, em geral, sempre foram os médicos, profissionais da área de direito e engenharia. Não nego que há muito tempo atrás, professores já foram considerados como sendo profissionais altamente qualificados e intelectualizados, contudo, isso ocorria numa época onde o que predominavam eram os preceptores e a educação era unica e exclusivamente para elite. Quando a escola começou a se abrir para o povo, seu status foi se degradando, as elites foram migrando para instituições particulares e a profissão de professor foi sendo gradualmente desvalorizada. Por isso, que um professor participar de tantos eventos científicos parece um tanto estranho.
Contudo não seria essa a saída para se obter uma educação e até mesmo valorização profissional, o professor se intelectualizar?
Atualmente, no meio acadêmico, muito se fala sobre o professor pesquisador, sobre programas de "reciclagem" nas redes, mas o grande problema é que o professor, em geral, não se vê como um intelectual e quando muito segue os manuais e apostilas que caem em suas mãos.
Dai ficamos vivendo em meio a esses dilemas de como ensinar crianças o gosto pela leitura se muitos professores não aguentam ler um livro inteiro? Como ensinar sobre matérias sobre as quais não temos domínio? Apesar da fala sobre o professor pesquisador agradar muito e não sair da boca de muitos docentes, a sua prática esta longe de ser verdadeira, pois no inicio de carreira até temos a noção de que teremos que estudar durante a vida inteira, contudo, com o passar do tempo e a influência dos colegas de trabalho, acabamos seguindo fórmulas, pré-elaboradas que tornam nossas aulas muito instrumentais e pouco reflexivas.

Como educadora, pesquisadora e intelectual, gosto de dividir o pouco que sei com os demais, não somente colegas de profissão como com os interessados pelo tema Educação, assim, faço dos meus conhecimentos acadêmicos algo mais útil do que simplesmente publicações restritas a acadêmia. Participo de muitos eventos? Sim, e faço isso com prazer, para conhecer novos temas, pessoas, dividir experiências e conceitos, mas não me tornar puramente conceitual. E nas horas vagas sempre me sobra tempo para estudos sobre politica, literatura, musica, história, poesia, porque, ao contrário do que muitos pensam, educação também é uma ciência e como tal exige profissionais capazes de ir além do que esperam deles. profissionais que saibam que sua função não é fazer as pessoas Aprenderem a Aprender, porque aprender é algo inerente a raça humana, antes nosso trabalho é fazer com que essa aprendizagem seja profunda, para que, futuramente, a educação alcance níveis elevados porque não apenas ensinamos, antes instigamos o pensar, exercício que deve ser praticado por toda nossa vida acadêmica e pessoal.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Educação Estatística


Não foi pequeno o numero de pessoas que ficaram chocadas diante da noticia de que um menino de apenas 10 anos atirou em sua professora e, em seguida, se matou, na Escola Municipal de Ensino Alcina Dantas Feijão, na cidade de São Caetano do Sul, no ultimo dia 22 de setembro de 2011.
Todos se perguntam o que se passou na cabeça de uma criança tão nova para cometer tal ato de violência. Seria a falta de amor? A falta de Segurança? A falta de profissionalismo da professora? Ou o grito de socorro desesperado de quem quer atenção?
Creio que mais do que tentar responder essas perguntas, cabe a todos nós fazer a seguinte reflexão: para onde nossa educação estatística vai nos levar?
Atualmente, quando se fala em desenvolvimento educacional a primeira coisa que nos é apresentada são dados estatísticos, vide exemplo do vídeo de propaganda Educação: Uma Agenda Urgente. Lançado nas mídias sociais após o Congresso Internacional: Educação, uma agenda urgente, realizado entre os dias 13 e 16 de setembro.
Creio que as ideias e discussões levantadas neste congresso são realmente relevantes para o crescimento econômico do nosso país, mas algo que não fica claro a todos nós quando falamos de desenvolvimento educacional é a seguinte questão: Que tipo de pessoas queremos formar nas escolas? Essa é uma pergunta que, desde, 1930, com o começo do pensamento da escola aberta para o povo, não conseguimos responder. Temos apenas a consciência de que a educação é importante, mas qual é sua finalidade e função social?
Um termo muito utilizado atualmente é o da educação para a empregabilidade, educação que visa apenas preparar o homem para o mercado de trabalho, fazendo com que ele adquira competência para se adaptar as necessidades do mercado de trabalho.
Partindo desse principio, nosso trabalho nas escola fica vazio do sentindo humano da educação, professores trabalham preocupados com as notas que suas escolas vão receber no Ideb , preocupam-se em atingir metas que, uma vez atingidas, acabam por não significar nada para os alunos que participam do processo educacional.
Toda essa história me remete as minhas leituras e estudos sobre a Violência Simbólica, de Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron, conceito que nunca foi muito bem aceito pelos professores por sua veracidade, pois segundo os autores, a classe dominante impõem sua cultura aos dominadas, e não existe lugar na vida social mais apropriado para essa imposição do que a escola que exerce papel fundamental na legitimação da violência simbólica.
Esse acontecimento também me remete a tantos encontros de educação dos quais eu já participei e de como, em meio a discussões acadêmicas já desejei encontrar representantes do povo que tivessem a coragem de se levantar e dizer: Desculpe, mas as coisas não acontecem desse jeito...
Contudo, com nossas escolas criadas para o mal e não para o bem, tudo o que podemos observar, e a mídia se fartando com a noticia de um aluno que, em seu último grito de desespero, preferiu se matar a viver nessa realidade paralela onde todos defendem a escola, mas ninguém suporta viver dentro dela.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O País dos Outsiders

Fonte: Blog CASES

Na ultima semana, entre os do dia 23 e 25 de agosto, participei da II Semana de Educação em Direitos Humanos realizada pelo Núcleo de Educação em Direitos Humanos(NEDH), da Universidade Metodista de São Paulo. O tema escolhido para os seminários dessa semana foi: Laicidade do Estado, direitos humanos e educação no Brasil, tema este que gerou grandes discussões em torno da existência do chamado Estado Laico em nosso país. Grandes nomes e autoridades no assunto foram chamados a dialogar com os participantes, mesmo assim a coisa que mais me marcou nesta semana talvez tenha sido a obtenção da seguinte conclusão pessoal: laicidade é mais uma das utopias do nosso sistema chamado democrático.
Num país onde o número dos chamados sem religião aumenta gradativamente, ainda nos pegamos a discutir temas como o ensino religioso dentro das escolas, que em nosso país e considerado apenas como o ensino de dogmas ligados a igreja católica. Como aceitar que existe laicidade neste país, quando grupos chamados minoritários ainda são tratados com desrespeito, como os negros que tem suas demostrações de fé desrespeitadas por carregarem forte estigma sobre seus ritos particulares.
Na verdade vivemos em uma comunidade de outsiders*, onde toda e qualquer particularidade que não esteja ligada a nossa herança educacional cristã é rejeitada e tratada como manifestação imprópria e exótica demais para ser levada a sério. Demostração clara desse desrespeito é o recente Acordo Brasil Santa Sé, que esta sendo votado no Supremo Tribunal Federal (STF). Com um acordo feito entre a igreja católica e o nosso país no que se refere a educação religiosa, como iremos atender com dignidade nas escolas os filhos de todos que possuem uma crença diferente, ou mesmo daqueles que não possuem nenhuma crença?
Voltando na história, me sinto como os índios, nosso povo originário, que foram tão maltratados em nome dessa história ligada a igreja católica.
Laicidade do estado... falsidade do estado, enquanto não houver respeito entre as culturas, essa sempre será mais uma palavra perdida em meio ao dicionário.


*Não existe uma tradução correta para a palavra outsiders, mas a grosso modo poderia dizer que outsiders, na visão sociológica, são todos aqueles que não vivem segundo as regras sociais da maioria.

domingo, 24 de julho de 2011

LIVRO RESGATA ORIGEM MACABRA DOS CONTOS DE FADAS


Histórias Envenenadas - Contos de Fadas de Terror,

escrito por autores em início de carreira, será lançado em agosto

Conhecemos contos de fadas como histórias cheias de magia e fantasia que costumamos contar para crianças. O que muitos não sabem é que eles foram concebidos como entretenimento para adultos e que, em sua forma original, traziam fortes doses de adultério, incesto, canibalismo e mortes hediondas. Com o tempo, diversos autores os suavizaram e acrescentaram lições de moral.

Em Histórias Envenenadas, escritores contemporâneos resgataram todo o horror dos contos de fadas originais em releituras de histórias tradicionais ou novos enredos, que não farão nenhuma criança dormir, mas certamente farão você perder o sono.

Os escritores Chico Anes e Ricardo Ragazzo, organizadores do livro, analisaram mais de cem contos para chegar nos trinta textos que compõem o livro, que será lançado no próximo dia 06 de agosto, quando a Andross Editora completará sete anos.

A casa editorial é especializada na publicação de coletâneas de novos escritores. Surgiu em 2004, dentro dos corredores da Universidade Cruzeiro do Sul, em São Paulo, como uma necessidade de publicar textos dos alunos do curso de Letras. A experiência deu tão certo que logo atravessou os muros da instituição e passou a publicar textos de outros escritores que não acadêmicos da universidade. De lá para cá, publicou sessenta livros, com mais de mil autores de todos os estados brasileiros e de vários países de todos os continentes.

Além do Histórias Envenenadas - Contos de Fadas de Terror, outros quatro livros serão lançados no evento. São eles:

· Moedas para o Barqueiro - Contos sobre a Morte - Volume II

· Próxima Estação - Contos de trem, metrô e outros transportes urbanos.

· Universo Paulistano - Contos de uma cidade que nunca dorme - Vol. III

· Elas Escrevem - Contos e Crônicas - Volume II

No evento, o público poderá adquirir outros títulos da editora ao preço promocional de aniversário de R$ 4,90.

SERVIÇO

Lançamento do livro Histórias Envenenadas - Contos de Fadas de Terror e aniversário da Andross Editora (Entrada grátis)

Data: 06/08/2011, das 15h às 20h

Local: China Trade Center- Rua Pamplona, 518, São Paulo, SP (Próximo à estação Trianon Masp do metrô)

INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA:

Cesar Mancini

(11) 6731-6191

(11) 8217-6191

cesar@andross.com.br

segunda-feira, 13 de junho de 2011

O Foco da Educação

Fonte:locadorasdemaquina.com.br

Será que ser cidadão é apenas preparar-se para fazer parte do mundo do trabalho? Dentro desta perspectiva, qual é o papel da educação?
Em seu segundo artigo, a LDB (Lei de Diretrizes e Bases) é bem clara quando diz que a educação visa preparar as pessoas para o exercício de sua cidadania e para a iserção no mercado de trabalho. Se a LDB reconhece que existe uma diferença entre cidadania e trabalho, porque será que a grande maioria das pessoas ainda acha que ser cidadão é sinônimo de trabalho?
Nas ultimas eleições, quando se falava em educação, na maior parte das vezes, estava ligada ao ensino profissionalizante. Não tenho nada contra o tema, contudo, para se chegar a profissionalização, primeiro devemos passar por um longo período de estudos. O que dizer do ensino básico e médio?
Esses questionamentos todos me tomaram depois que li uma matéria do Estadão sobre o PNE(Plano Nacional de Educação) que ainda não chegou a ser analisada pelo Ministro da Educação Fernando Haddad e pela presidenta Dilma Rousseff. A matéria faz referência a preocupação presidencial com o programa Pronatec que incentiva o acesso ao ensino tecnico e ao mercado de trabalho.
Como acadêmica me interesso e muito por um programa que, além do ensino técnico, viabiliza a aquisição de bolsas de estudos em graus mais elevados. Contudo, a questão que levantei a pouco ainda continua me intrigando: como falar em educação tecnica e ensino superior, sendo que apenas um por cento das pessoas conseguem ter acesso ao ensino superior e uma porcentagem ainda muito pequena pensa em profissionalizar-se em alguma área do conhecimento, mesmo como tecnico.
Como educadora espero encontrar, ainda ao longo desse mês nos jornais, noticias sobre a aprovação e aplicação do novo PNE com metas mais claras e menos utópicas que possam nos dar subsidios para uma real transformação educacional no nosso país, que comece na educação infantil de qualidade e alcance os graus mais elevados de ensino no nosso país.

Espero que o termo "Mão de Obra" na foto acima seja substituido pela palavra "Educação" e que "obras" signifique VIDA.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Sobre Nossas Diferenças

Fonte: keywordpictures.com


Por um minuto, caro leitor, volte ao seu passado e me diga: Você hoje é o que sonhou ser ou é apenas o que os outros fizeram de você?

Na ultimo dia 26/05, assisti a uma palestra que falava sobre o direito a ser diferente, ofericida pelo Núcleo de Educação em Direitos Humanos da Universidade Metodista. Ao longo de sua fala, a palestrante nos fez várias provocações que sempre nos levavam a mesma reflexão: estamos preparados para trabalhar com as diferenças num meio onde ser o que esperam que você seja é a regra?

De todas as provocações a que mais me marcou foi justamente a relacionada com a pergunta com a qual iniciei essa postagem: Algum dia, na minha vida, alguém determinou o que eu seria?

Pois então, em resposta a essa pergunta posso claramente dizer: SIM.

Nasci mulher, pertencente a família simples, moradora da cidade de Diadema que faz parte do Grande ABC. Nunca estudei nas melhores escolas, mas sempre tentei ser a melhor aluna que podia ser, contudo não era o que podia se chamar de aluna exemplar, sempre pertenci aos alunos medianos que preocupavam-se apenas em terminar os estudos, pois era muito importante ter segundo grau completo para poder conseguir um bom emprego.

Unicas certezas,até então na minha vida: terminar a escola, trabalhar, casar e ter filhos... Esse era o destino que o meio onde eu vivia determinou havia traçado para eu seguir.

O que aconteceu de diferente? Simples, aprendi que existe sempre mais de um caminho a seguir na vida e através de uma mudança radical de pensamento e metas que ocorreram na minha vida contrariei as expectativas , fiz minhas próprias escolhas que nem sempre foram fáceis e acabei mudando o meu destino.


História particular a parte, fico aqui comigo pensando: Será que como educadores, treinados para trabalhar com padronizações,conseguimos mostrar aos nossos alunos com destinos já selados que eles podem ser mais do que aquilo que esperam que eles sejám?

Triste é ter a certeza de quem são raros os casos de pessoas que conseguem reformular os seus destinos, superando suas dificuldades financeiras,emocionais, sua falta de capital cultura fazendo com que suas vidas sejam diferentes de tudo o que a classe a qual pertencem determinou.

Não estamos preparados para lhe dar com a diferença, a nós, educadores instrumentais, o mais fácil é seguir as regras e pensar que na periferia ninguém se interessa por literatura, ou qualquer coisa que se remeta a cultura erudita. Mas o que seria a cultura erudita, senão a aceitação da cultural imposta como pura a todos nós por uma determinada classe social? Se conseguissemos trabalhar com as diferenças os termos cultura e cultura popular não existiriam, afinal, nós todos produzimos cultura, isso é o que nos separa dos demais animais.

Penso que falhamos sempre ao tentar falar das nossas diferenças, pois quando não nos fechamos em circulos minoritários, acabamos por ser estigmatizados no momento em que tentamos ultrapassar as barreiras de classes em busca da tão sonhada segunda opção.

Como educadora tento não me deixar vencer por essa cegueira, mesmo assim sei que como tal vou errar muito ao longo da minha carreira, pois tentar aceitar as diferenças exige a capacidade de superarmos nossos próprios preconceitos e isso é uma função que deve ser aprimorada ao longo da vida.


Para terminar, deixo aqui apenas um desejo registrado, espero que, mesmo que eu não consiga, um dia alguém consiga por mim aceitar que podemos ser mais do que aquilo que esperam de nós.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Culta ou Popular: Qual é a sua máscara?

Fonte:pordetrasdoveu.blogspot.com

Como educadora sinto que demorei para falar sobre esse assunto, mas isso porque como pesquisadora, primeiro fui atrás da obra para poder ler e fazer uma interpretação que não estivesse influenciada por esse ou aquele artigo, comentário ou reportagem.
Ao ler o tão comentado capítulo do livro “Por uma vida melhor”, da professora Heloisa Ramos, que tenta ensinar como se deve utilizar a norma popular e a culta no nosso cotidiano percebi o quanto a maioria das opiniões sobre o assunto estavam equivocadas, pois o que encontramos no livro não é uma apologia ao falar ou ao escrever errôneo, mas sim uma explicação muito precisa do porque devemos utilizar a norma culta na maioria das situações sociais. Isso fica bem claro quando a autora diz que a lingua é um instrumento de poder muito bem utilizado pela classe dominante e por isso deve ser utilizado por nós (os alunos, em questão), para que não soframos com o chamado preconceito linguistico.
Creio que ai esta o ponto que fez com que esse capítulo do livro fosse tão severamente criticado pela mídia em geral, afinal, apesar de não sofrermos mais com nenhuma censura, ainda sofremos com o moralismo aprendido com a mesma durante um longo período. Se antigamente as mídias tentavam nos informar mesmo sobre grande repressão, hoje ela apenas deforma nossa opinião por ter perdido quase todo seu aspecto crítico e ter virado quase apenas entretenimento.

Na ultima semana, no dia 27/05, participei de uma mesa que discutia as manifestações populares como resistência da cultura popular, no Congresso de História do ABC, na cidade de Diadema, São Paulo. O intuito era que cada participante da mesa falasse um pouco sobre sua experiência com o movimento de cultura popular que representavam, quando chegou a vez de um senhor que falou sobre a chamada Congada, pude notar que uma parte do auditório fazia comentários irônicos, pois o senhor em questão não era nenhum acadêmico e antes de iniciar sua fala foi se desculpando por não saber "falar bonito". Acompanhei as falas de todos até o fim, e todos aqueles que demonstravam dificuldades em se comunicar utilizando a linguagem culta eram alvo de comentários e sorrisos de deboche.
Mais por que raios estou falando sobre isso?
Simples, só estou tentando mostrar o quanto estamos acostumados a pensar que apenas o conhecimento dito culto é conferido como verdadeiro conhecimento e como ignoramos tudo o que possa ser considerado popular. O pior nisso é que todas as pessoas que por alguma razão não se apropriaram corretamente da linguagem culta sentem-se culpadas por não saberem "falar bonito", e por mais que façam trabalhos magníficos de incentivo a cultura são taxadas como incapazes.
Discussões como as iniciadas no capítulo tão difamado do livro tem como intuito o desejo de mostrar a tantos excluídos da sociedade que o conhecimento que eles possuem tem valor e somados aos conhecimentos das normas cultas pode aumentar e fazer com que a história de muitas vidas possa tomar um rumo diferente daquele determinado pela classe social em que nasceram.

Como educadora desejo que a educação nunca saia da pauta das discussões nas mídias para que ela possa se aprimorar e avançar cada vez mais. Contudo, como pesquisadora, espero que toda e qualquer pessoa que venha a publicar alguma opinião sobre a educação faça, antes, um dos exercícios mais lógicos e bonitos aprendidos na área da comunicação: ANALISE AS FONTES. sem esquecer de dar uma olhada no seu viés.

sábado, 21 de maio de 2011

O Primeiro Dia de Muitas Vidas



Hoje acordei com um sorriso renovado e com uma nova esperança no olhar, meus olhos que sempre mudaram de cor, hoje acordaram multicolor e olharam para o céu repletos de uma nova esperança.
O reconhecimento da união homo afetiva como estância familiar trouxe nova esperança a minha calada alma revolucionária, bem como me fez perceber os meus preconceitos em relação aos ministros que compõem o Supremo Tribunal Federal. Não deixou de ser bonito meu engano e mais belo ainda foi assistir nesses dois ultimos dias, pessoas que considerava preconceituosas reconhecendo que as mudanças na constituição são necessárias.
Por que tamanha alegria, visto que sou heterossexual?
Simples, nesse Brasil no qual estamos somos todos minorias, e quando uma parcela "pequena" da população conquista um direito básico não deixo de ficar alegre, pois a conquista se torna coletiva e a revolução mostrasse coerente, visto que conquistada pelo bom senso.
Sei que tal decisão pode ser vazia de todo esse encanto que me toma e que pode ser uma decisão unanime por seu caráter de pressão popular. Bem como o racismo é considerado criminoso e ainda tratamos tantos como "neguinhos", assim como a mulher não é mais considerada intelectualmente incapaz e ainda sim continua ganhando salários mais baixos e sofrendo maus tratos.
Vejo a decisão com bons olhos por saber que o seu simbolismo é de uma importância impar na evolução da nossa sociedade. Mesmo com a certeza de que hoje não acordamos menos preconceituosos e que ainda veremos muitas noticias de intolerância contra os homossexuais, não deixo de me alegrar, pois um primeiro passo foi dado e essa conquista ninguém faz nos tirar.
Aos poucos nos libertamos das amarras do passado e reconhecemos que o mundo e as pessoas mudam e isso nunca há de ser ruim.
Por todo o povo brasileiro, que entre milhões de pessoas continuam a ser minorias, olho hoje para os céus e sinto uma felicidade tamanha, pois hoje é o primeiro dia da história das vidas de tantos casais que podem se considerar finalmente livres para amar.

Confusões - Discussões Sobre o 1º de Maio



" Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo, tudo o que fizemos,

ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais..."

Como Nossos Pais -Belchior


Esse final de semana foi marcado por discussões e reflexões politicas das quais participei, sendo uma mais formal e a outra informal. Primeiro no sabádo, dia que antecedeu o dia do trabalho, fui para uma palestra com três lideres sindicais de diferentes sindicatos. Apesar do meu cansaço ocasionado pelo estudos, foi uma manhã proveitosa, contudo um tanto desanimadora, porque naquele momento, ao ouvir os palestrantes com suas opiniões tão divergentes, pude notar algo que já vem me incomodando há algum tempo: o fato da crise ideológica da esquerda, que se remete o tempo inteiro ao passado, esquecendo que a luta não pode mais ser travada do jeito que foi antes, afinal, os tempos mudaram, os dias também. Sei que não podemos esquecer nunca das lutas travadas no passado, mas não podemos esquecer que temos todo um futuro e que ver os sindicatos tão partidários dá um certo desânimo, afinal, como podemos pensar em um sindicato unificador se a maioria se divide no terreno de suas próprias vaidades e não por seu ideal coletivo.

No domingo acordei já era hora do almoço, meu pai então chegava da missa dos trabalhadores da qual ele participa todos os anos na Igreja Matriz de Sâo Bernardo do Campo. Ele entrou no meu quarto dizendo o quanto a missa foi boa, só que ele não entende a parte dos shows, por isso sempre volta para casa após a celebração. Depois do rápido bate papo ele me entregou um folheto que me chamou muito atenção para uma séria reflexão:

"Por que realizamos nossa missa de 1º de Maio na região do ABC?

Para homenagear a memória dos lutadores de 1886 e lembrar que a classe trabalhadora deve sempre continuar lutando por seus direitos, até conquistar vida digna e plena...

Essa parte do folheto me fez relembrar não só do debate do dia anterior, mas antes da razão pela qual meu pai um dia participou de greves, se filiou a um partido e ainda hoje participa de várias discussões politicas na nossa cidade: Ele ainda tem a consciência do poder coletivo.
Vivemos em tempos tão áridos, onde nos descaracterizamos como classe, no mundo do trabalho somos individuos, temos tanto medo de ser somente mais um número que a todo momento precisamos nos fazer notar como seres individuais, depois nos juntamos em grupos para reclamar dos estranhos rumos que nossa politica toma.

A dita esquerda sonhou tanto em chegar ao poder, que uma vez no poder começou a entrar em crise existencial. Afinal, o que fazer quando conseguimos realizar um dos nossos grandes sonhos? O mais lógico seria começar a sonhar com algo novo para a vida não perder o sentindo, contudo, o que noto em meio as dicussões da esquerda hoje em dia é a velha confirmação filosófica de que não sabemos ser livres, por isso não sabemos lidar com nossas grandes conquistas, porque elas nos pedem grandes responsabilidades. Triste fim para uma visão politica na qual acredito com tanto empenho, mas não deixa de ser verdadeiro.

Outra crise politica é essa insegurança direitista que, acostumada com as vitórias sobre tantos utópicos, com a derrota presidencial em mais uma campanha começou a se descaracterizar. Mostrar visíveis desse fato são as crises de um dos partidos de maior representação nessa linha politica, o PSDB, que começou a fazer propagandas(veja o video postado no inicio do blog) que lembram muito as feitas por seus opostos. A criação de novos partidos que são ideologicamente vazios, bem como a falta de um papel claro sobre a função da direita atual e sobre o fato de quem, hoje, pode ser considerado de direita?

Nesse primeiro de maio, dia que relembra lutas tão importantes que foram históricamente travadas, creio que o meu maior desejo seria poder acordar num país que respeita a sua história, mas tem a consciência de que o mundo evolui, e que esses velhos idealistas que estão a frente de tantos sindicatos e partidos contraditórios deveriam apostar numa máxima: na formação politica de jovens representantes da direita e da esquerda. Afinal, política é vida, e como toda vida segue um ciclo, nenhum de vocês, enquanto indíviduo, vai permanecer para sempre a frente das representações sociais.

- A qual movimento você pertence mesmo? - me perguntaram.

- A nenhum, sou apenas uma estudante de educação.

Penso que deveria ter respondido agora de outra forma: Represento o futuro por algum tempo, até que meu filho possa crescer e tomar o meu lugar.

Educação em Luto


Como em todos os dias, hoje levantei ás 6h00 da manhã e me arrumei para levar o meu filho até a escola e enquanto vestia meu pequeno fiquei pensando nas mães das vitímas de Realengo que nunca mais vão se irritar com as crianças que nunca querem acordar, nunca mais caminharam até a porta da escola com seus filhos, ou até mesmo, nunca mais tomaram juntos o café da manhã apressado de quem se despede do filho enquanto eles entram na perua escolar.
Desde a decáda de 30, a imagem que a educação tenta nos vender é a de que sem educação não há futuro, pois somente atráves dela podemos mudar o rumo de nossas vidas. Mas, afinal, que educação estamos dando as nossas crianças e jovens que faz com que um caso tão barbáro ocorra em um país que até então nunca tinha vivenciado episódio tão tenebroso?
O jovem que cometeu tal ato insano sempre foi visto como um excelente aluno dentro da escola, talvez seja esse o primeiro erro do sistema, que ao se deparar com o dito "bom aluno" nunca presta atenção em suas reais necessidades, isso porque na educação ainda se acredita que o importante é desenvolver o lado cognitivo (saberes) deixando de lado tudo que possa parecer mais humano que o bom desempenho escolar.
Além disso as vítimas, em sua maioria, foram meninas, fato que não pode ser visto como casual e sim como premeditação, fazendo com que esse crime se transforma-se não apenas em uma fatalidade, antes acabou virando mais um crime contra a mulher, essa que lutou tanto para ter acesso a educação ao longo da história. Esse é o retrato de uma sociedade patriarcal e machista que faz com que meninas se transformem em mulheres cada dia mais cedo, que ensina as mesmas a criarem seus filhos homens dentro da lógica patriarcal e que marca a mulher com o eterno estigma do desejo pelo corpo feminino.
Sou solidária as lágrimas derramadas pela nossa presidenta Dilma Rousseff, que diante da fatalidade, em seu pronunciamente pediu por um minuto de silêncio e neste minuto deixou que as lágrimas tomassem conta de seus olhos. Isso ocorreu não somente pela sensibilidade feminina, mas antes porque ela, como um símbolo de vitória e conquista feminina, conseguiu ver o quão longe estamos de realmente nos livrar dessa herança patriarcal que faz com que a mulher se transforme em "coisa" não em um ser dotado de capacidade e inteligência para além da adiministração do lar e trato dos filhos. Sem querer levantar bandeiras partidárias, pois antes da figura me remeto a mulher que todos esquecem que existe para além da figura da autoridade de Dilma.
Não bastasse todos esses aspectos do crime, em meio as redes sociais o que mais houve foram afirmações preconceituosas vindas de pessoas que afirmavam que fatores religiosos influenciaram no atentado, alguns até cogitaram a hipótese do jovem ser adepto da religião muçulmana por causa das afirmações de alguns detalhes de sua carta suicida. Mas uma vez uma fatalidade foi utilizada para desencadear o preconceito velado de tantos, pois como poderia essa afirmação ser verdadeira quando a carta leva os nomes de Deus e Jesus? As pessoas tendem a aproveitar situações de crise para declarar seus preconceitos sem precedente.
A idéia do jovem certamente foi importada e inspirada no caso de COLUMBINE, contudo não é saudável globalizarmos também as paranóias e medos estrangeiros, afinal, nossa realidade é diferente e precisa ser analisada pela ótica da análise da sociedade brasileira e não do preconceito estrangeiro.
Outra afirmação que me deixou um tanto conturbada foi a de como o rapaz não tinha amigos e passava o tempo inteiro recluso em frente ao computador. Não podemos culpar a tecnologia e os meios de comunicação pela criação de tipicos sociopatas, antes temos que analisar o porque estamos deixando uma invenção que foi criada para ajudar o homem transformar as pessoas em máquinas que possuem duas vidas, uma no mundo real e outra nesse universo paralelo onde podemos, se desejarmos, nos transformar até mesmo em Deuses que ficam fatalmente marcados e chocados quando são atirados para viver em meio ao mundo real.
Crimes como o que ocorreu em Realengo me fazem sofrer como educadora, mãe e mulher que sou. Me fazem temer ao pensar no mundo que estamos criando para os nossos filhos e para as próximas gerações.
Para terminar esse texto deixo aqui um trecho do livro Educação e Emancipação, que relata um entrevista de um dos Filósofos da Escola de Frankfurt Theodor W. Adorno, que fala sobre a Educação após Auschwitz (campo de concentração Alemão). Como alemão e judeu fa uma reflexão sobre o que temos que fazer para evitar tal atrocidade, e mesmo para aqueles que não pertencem a área da educação cabe compartilhar tal reflexão que tem um forte apelo a todo e qualquer ser humano:

"...se as pessoas não fossem profundamente indiferentes em relação ao que acontece com todas as outras, excetuando o punhado com que mantêm vínculos estreitos e possivelmente por intermédio de alguns interesses concretos, então Auschwitzs não teria sido possível, as pessoas não o teriam aceito''. (ADORNO,p.134)

Em outras palavras, não é hora de apenas lamentar pelo o que aconteceu, antes é hora de lutarmos para que esse tipo de evento não aconteça nunca mais em nosso país.

Bolsonaro no País da Hipocrisia




Era uma vez um jovem senhor de velhos costumes que vivia num pequeno planetinha chamado Barbárie666. Nesse pequeno planeta não existiam minorias, as pessoas eram todas brancas, magras, sorridentes e heterossexuais. Não havia corrupção, a família, tradição e a religião eram valores respeitados por todos que temiam a Deus e respeitavam sua Pátria acima de todas as coisas. Todas as tardes ao lado da sua família , o jovem senhor olhava opor do sol e via que tudo aquilo era bom.
Um dia, para seu desespero, enquanto o jovem senhor marchava com seu exército ele se distraiu enquanto observava um coelho que fumava um baseado, como bom capitão ele tentou pegar o coelho para aplicar a devida medida disciplinar, foi quando escorregou e caiu num buraco negro que o levou diretamente para um universo paralelo onde não havia apenas uma raça e sim raças que viviam juntas, homens andavam de mãos dadas com outros homens, mulheres não cuidavam mais dos seus maridos, os filhos não seguiam os sonhos de seus pais, antes construíam seus próprios caminhos. Não existia militares no poder, o que havia ali era a chamada democracia e para que tudo fosse mais insuportável uma mulher, veja só meu Deus, uma mulher estava no poder daquele imenso e tenebroso universo.
Tudo era assustador, o jovem senhor sentia que precisava escapar dali para voltar a viver feliz no seu mundo de perfeição e disciplina. Como ele era muito inteligente sabia que só conseguiria sair dali se fingisse viver em meio aquela gente tão insuportável e diferente, por isso ele resolveu fingir que trabalhava por eles e aos poucos ensinava aquele povo todo, através de seus discursos, o que era viver conforme as regras da tradição, justiça e família. Seu jeito de falar era tão perturbador e diferente que muitos começaram a admirá-lo, e foi assim que ,vendendo a imagem do que seria a perfeição, o jovem senhor se elegeu com 120 mil votos de um povo que, não querendo se declarar preconceituoso, adotava aquela figura como alivio de suas frustrações.
Tudo finalmente corria bem e o jovem senhor já podia avistar, ao longe, o velho buraco negro por onde havia entrado naquele mundo sombrio, mas quando ele pensou estar perto do fim algo inusitado aconteceu: Ele falou a verdade para aquele povo.
A partir daquele dia todos os que o apoiavam se esconderam, deixando que o jovem senhor ficasse preso para sempre em meio ao país da hipocrisia. Sem chances de voltar para o seu planetinha perfeito, o jovem senhor foi infeliz para sempre, vivendo preso em sua mente dentro das regras de um planeta que para ele nunca mais seria verdade.

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A todos aqueles que desprezam a conduta antiética e desumana de Jair Bolsonaro e a todos os que concederam a ele seus votos.



Cega, Demasiadamente Cega

(Fonte: www.acessa.com)


Sempre que pensamos no futuro, seja no meio politico ou em caracter pessoal, a primeira preocupação que nos vem a cabeça é a luta por uma educação de qualidade para nossas crianças que faça nossos filhos crescerem sábios e nação avançar rumo um explendido desenvolvimento. A educação é tão importante que é um das unicas áreas de estudo que aceita a intervenção e opinião de tantas outras áreas, afinal, a educação é para todos, democrática e por isso deve ser discutida por todos os envolvidos no processo.
Dentro desses debates sobre a educação, sempre costumam dizer que a educação esta falida, pauta que eu, como Pedagoga, não costumo levantar como bandeira. Contudo, com base nas ultimas noticias sobre atos homofóbicos publicados na midia, tenho que concordar que a educação realmente esta falida, mas ao contrário do que possam imaginar esse fato não esta acontecendo dentro das escolas publicas, como também em várias instituições renomadas que são responsáveis por formar os filhos da elite do nosso país.
Como levar a sério uma mãe que tenta explicar a grotesca atitude de seu filho "menor de idade" que agrediu três pessoas friamente, justificando que foi apenas uma atitude infantil tomada pelo filho? Como se apenas a visita a um especialista ou um bom castigo, diminuissem a gravidade do ato. Ainda tentando mostrar como seu filho era um bom rapaz, ainda nos declara que ele sempre tirou boas notas. Por fim, o que são notas boas diante de atitudes baixas como essa? Parece que a formação nas escolas dos grandes bairros esta tão voltada para as "boas notas" que esqueceram de ensinar valores indispensáveis a uma vida em sociedade.
Como se não bastasse esse incidente, na ultima quinta (11/11) postaram no blog da folha o Manifesto Presbiteriano sobre a Lei da Homofobia, onde a Universidade Mackenzie utilizando várias citações biblicas e argumentos retirados da nossa constituição, mostrava sua posição contraria a aprovação da lei que torna crime posturas homofóbicas, alegando que eles possuem o direito de instruir seus alunos a não praticarem o homossexualismo. Argumento fraco, uma fez que homossexualismo não é nenhuma doutrina que possa ser pratica e sim uma opção sexual adotada por algumas pessoas.
Uma instituição respeitada, que vende camisetas, mochilas, entre outros objetos com a marca "Mackenzie Solidário" não consegue ser laica a ponto de respeitar as opções adotadas por algumas pessoas para sua vida.
Diante dessas noticias, me afasto da minha literatura e olho para o mundo com os olhos de quem ainda quer enxergar um belo futuro para a educação do meu país, mas tudo que sinto é que como a justiça a educação esta cega, pois não quer ver o quanto de contéudo estão ensinado e o quanto de valores estão deixando de pregar. Sinto como se as grandes instituições que sempre foram tão adimiradas por muitos jovens de classe média formacem pessoas demasiadamente cegas para tudo o que possa lhes parecer diferente e terrivelmente oposto.
Uma pequena pausa, sinto como se minhas mãos se aproximassem do mastro da bandeira da desmotivação, contudo, espero me manter confiante a ponto de esperar por melhores noticias nos dias que viram.