O OBJETIVO DESTE BLOG É FALAR SOBRE A EDUCAÇÃO QUE ACONTECE NAS RUAS, NAS FAMÍLIAS,NA MÍDIA, NA SOCIEDADE E NAS ESCOLAS. AFINAL, EDUCAR NÃO É UM ATO ISOLADO, EDUCAR É UM ATO HUMANO QUE OCORRE DENTRO DE TODOS OS ESPAÇOS SOCIAIS.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
Ensino Superior?
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
O Intelectual
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Educação Estatística
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
O País dos Outsiders
Num país onde o número dos chamados sem religião aumenta gradativamente, ainda nos pegamos a discutir temas como o ensino religioso dentro das escolas, que em nosso país e considerado apenas como o ensino de dogmas ligados a igreja católica. Como aceitar que existe laicidade neste país, quando grupos chamados minoritários ainda são tratados com desrespeito, como os negros que tem suas demostrações de fé desrespeitadas por carregarem forte estigma sobre seus ritos particulares.
Na verdade vivemos em uma comunidade de outsiders*, onde toda e qualquer particularidade que não esteja ligada a nossa herança educacional cristã é rejeitada e tratada como manifestação imprópria e exótica demais para ser levada a sério. Demostração clara desse desrespeito é o recente Acordo Brasil Santa Sé, que esta sendo votado no Supremo Tribunal Federal (STF). Com um acordo feito entre a igreja católica e o nosso país no que se refere a educação religiosa, como iremos atender com dignidade nas escolas os filhos de todos que possuem uma crença diferente, ou mesmo daqueles que não possuem nenhuma crença?
Voltando na história, me sinto como os índios, nosso povo originário, que foram tão maltratados em nome dessa história ligada a igreja católica.
Laicidade do estado... falsidade do estado, enquanto não houver respeito entre as culturas, essa sempre será mais uma palavra perdida em meio ao dicionário.
*Não existe uma tradução correta para a palavra outsiders, mas a grosso modo poderia dizer que outsiders, na visão sociológica, são todos aqueles que não vivem segundo as regras sociais da maioria.
domingo, 24 de julho de 2011
LIVRO RESGATA ORIGEM MACABRA DOS CONTOS DE FADAS
Histórias Envenenadas - Contos de Fadas de Terror,
escrito por autores em início de carreira, será lançado em agosto
Conhecemos contos de fadas como histórias cheias de magia e fantasia que costumamos contar para crianças. O que muitos não sabem é que eles foram concebidos como entretenimento para adultos e que, em sua forma original, traziam fortes doses de adultério, incesto, canibalismo e mortes hediondas. Com o tempo, diversos autores os suavizaram e acrescentaram lições de moral.
Em Histórias Envenenadas, escritores contemporâneos resgataram todo o horror dos contos de fadas originais em releituras de histórias tradicionais ou novos enredos, que não farão nenhuma criança dormir, mas certamente farão você perder o sono.
Os escritores Chico Anes e Ricardo Ragazzo, organizadores do livro, analisaram mais de cem contos para chegar nos trinta textos que compõem o livro, que será lançado no próximo dia 06 de agosto, quando a Andross Editora completará sete anos.
A casa editorial é especializada na publicação de coletâneas de novos escritores. Surgiu em 2004, dentro dos corredores da Universidade Cruzeiro do Sul, em São Paulo, como uma necessidade de publicar textos dos alunos do curso de Letras. A experiência deu tão certo que logo atravessou os muros da instituição e passou a publicar textos de outros escritores que não acadêmicos da universidade. De lá para cá, publicou sessenta livros, com mais de mil autores de todos os estados brasileiros e de vários países de todos os continentes.
Além do Histórias Envenenadas - Contos de Fadas de Terror, outros quatro livros serão lançados no evento. São eles:
· Moedas para o Barqueiro - Contos sobre a Morte - Volume II
· Próxima Estação - Contos de trem, metrô e outros transportes urbanos.
· Universo Paulistano - Contos de uma cidade que nunca dorme - Vol. III
· Elas Escrevem - Contos e Crônicas - Volume II
No evento, o público poderá adquirir outros títulos da editora ao preço promocional de aniversário de R$ 4,90.
SERVIÇO
Lançamento do livro Histórias Envenenadas - Contos de Fadas de Terror e aniversário da Andross Editora (Entrada grátis)
Data: 06/08/2011, das 15h às 20h
Local: China Trade Center- Rua Pamplona, 518, São Paulo, SP (Próximo à estação Trianon Masp do metrô)
INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA:
Cesar Mancini
(11) 6731-6191
(11) 8217-6191
cesar@andross.com.br
segunda-feira, 13 de junho de 2011
O Foco da Educação
Em seu segundo artigo, a LDB (Lei de Diretrizes e Bases) é bem clara quando diz que a educação visa preparar as pessoas para o exercício de sua cidadania e para a iserção no mercado de trabalho. Se a LDB reconhece que existe uma diferença entre cidadania e trabalho, porque será que a grande maioria das pessoas ainda acha que ser cidadão é sinônimo de trabalho?
Nas ultimas eleições, quando se falava em educação, na maior parte das vezes, estava ligada ao ensino profissionalizante. Não tenho nada contra o tema, contudo, para se chegar a profissionalização, primeiro devemos passar por um longo período de estudos. O que dizer do ensino básico e médio?
Esses questionamentos todos me tomaram depois que li uma matéria do Estadão sobre o PNE(Plano Nacional de Educação) que ainda não chegou a ser analisada pelo Ministro da Educação Fernando Haddad e pela presidenta Dilma Rousseff. A matéria faz referência a preocupação presidencial com o programa Pronatec que incentiva o acesso ao ensino tecnico e ao mercado de trabalho.
Como acadêmica me interesso e muito por um programa que, além do ensino técnico, viabiliza a aquisição de bolsas de estudos em graus mais elevados. Contudo, a questão que levantei a pouco ainda continua me intrigando: como falar em educação tecnica e ensino superior, sendo que apenas um por cento das pessoas conseguem ter acesso ao ensino superior e uma porcentagem ainda muito pequena pensa em profissionalizar-se em alguma área do conhecimento, mesmo como tecnico.
Como educadora espero encontrar, ainda ao longo desse mês nos jornais, noticias sobre a aprovação e aplicação do novo PNE com metas mais claras e menos utópicas que possam nos dar subsidios para uma real transformação educacional no nosso país, que comece na educação infantil de qualidade e alcance os graus mais elevados de ensino no nosso país.
Espero que o termo "Mão de Obra" na foto acima seja substituido pela palavra "Educação" e que "obras" signifique VIDA.
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Sobre Nossas Diferenças
quarta-feira, 1 de junho de 2011
Culta ou Popular: Qual é a sua máscara?
Ao ler o tão comentado capítulo do livro “Por uma vida melhor”, da professora Heloisa Ramos, que tenta ensinar como se deve utilizar a norma popular e a culta no nosso cotidiano percebi o quanto a maioria das opiniões sobre o assunto estavam equivocadas, pois o que encontramos no livro não é uma apologia ao falar ou ao escrever errôneo, mas sim uma explicação muito precisa do porque devemos utilizar a norma culta na maioria das situações sociais. Isso fica bem claro quando a autora diz que a lingua é um instrumento de poder muito bem utilizado pela classe dominante e por isso deve ser utilizado por nós (os alunos, em questão), para que não soframos com o chamado preconceito linguistico.
Creio que ai esta o ponto que fez com que esse capítulo do livro fosse tão severamente criticado pela mídia em geral, afinal, apesar de não sofrermos mais com nenhuma censura, ainda sofremos com o moralismo aprendido com a mesma durante um longo período. Se antigamente as mídias tentavam nos informar mesmo sobre grande repressão, hoje ela apenas deforma nossa opinião por ter perdido quase todo seu aspecto crítico e ter virado quase apenas entretenimento.
Na ultima semana, no dia 27/05, participei de uma mesa que discutia as manifestações populares como resistência da cultura popular, no Congresso de História do ABC, na cidade de Diadema, São Paulo. O intuito era que cada participante da mesa falasse um pouco sobre sua experiência com o movimento de cultura popular que representavam, quando chegou a vez de um senhor que falou sobre a chamada Congada, pude notar que uma parte do auditório fazia comentários irônicos, pois o senhor em questão não era nenhum acadêmico e antes de iniciar sua fala foi se desculpando por não saber "falar bonito". Acompanhei as falas de todos até o fim, e todos aqueles que demonstravam dificuldades em se comunicar utilizando a linguagem culta eram alvo de comentários e sorrisos de deboche.
Mais por que raios estou falando sobre isso?
Simples, só estou tentando mostrar o quanto estamos acostumados a pensar que apenas o conhecimento dito culto é conferido como verdadeiro conhecimento e como ignoramos tudo o que possa ser considerado popular. O pior nisso é que todas as pessoas que por alguma razão não se apropriaram corretamente da linguagem culta sentem-se culpadas por não saberem "falar bonito", e por mais que façam trabalhos magníficos de incentivo a cultura são taxadas como incapazes.
Discussões como as iniciadas no capítulo tão difamado do livro tem como intuito o desejo de mostrar a tantos excluídos da sociedade que o conhecimento que eles possuem tem valor e somados aos conhecimentos das normas cultas pode aumentar e fazer com que a história de muitas vidas possa tomar um rumo diferente daquele determinado pela classe social em que nasceram.
Como educadora desejo que a educação nunca saia da pauta das discussões nas mídias para que ela possa se aprimorar e avançar cada vez mais. Contudo, como pesquisadora, espero que toda e qualquer pessoa que venha a publicar alguma opinião sobre a educação faça, antes, um dos exercícios mais lógicos e bonitos aprendidos na área da comunicação: ANALISE AS FONTES. sem esquecer de dar uma olhada no seu viés.
sábado, 21 de maio de 2011
O Primeiro Dia de Muitas Vidas
Confusões - Discussões Sobre o 1º de Maio
No domingo acordei já era hora do almoço, meu pai então chegava da missa dos trabalhadores da qual ele participa todos os anos na Igreja Matriz de Sâo Bernardo do Campo. Ele entrou no meu quarto dizendo o quanto a missa foi boa, só que ele não entende a parte dos shows, por isso sempre volta para casa após a celebração. Depois do rápido bate papo ele me entregou um folheto que me chamou muito atenção para uma séria reflexão:
"Por que realizamos nossa missa de 1º de Maio na região do ABC?
Para homenagear a memória dos lutadores de 1886 e lembrar que a classe trabalhadora deve sempre continuar lutando por seus direitos, até conquistar vida digna e plena...
Essa parte do folheto me fez relembrar não só do debate do dia anterior, mas antes da razão pela qual meu pai um dia participou de greves, se filiou a um partido e ainda hoje participa de várias discussões politicas na nossa cidade: Ele ainda tem a consciência do poder coletivo.
Vivemos em tempos tão áridos, onde nos descaracterizamos como classe, no mundo do trabalho somos individuos, temos tanto medo de ser somente mais um número que a todo momento precisamos nos fazer notar como seres individuais, depois nos juntamos em grupos para reclamar dos estranhos rumos que nossa politica toma.
A dita esquerda sonhou tanto em chegar ao poder, que uma vez no poder começou a entrar em crise existencial. Afinal, o que fazer quando conseguimos realizar um dos nossos grandes sonhos? O mais lógico seria começar a sonhar com algo novo para a vida não perder o sentindo, contudo, o que noto em meio as dicussões da esquerda hoje em dia é a velha confirmação filosófica de que não sabemos ser livres, por isso não sabemos lidar com nossas grandes conquistas, porque elas nos pedem grandes responsabilidades. Triste fim para uma visão politica na qual acredito com tanto empenho, mas não deixa de ser verdadeiro.
Outra crise politica é essa insegurança direitista que, acostumada com as vitórias sobre tantos utópicos, com a derrota presidencial em mais uma campanha começou a se descaracterizar. Mostrar visíveis desse fato são as crises de um dos partidos de maior representação nessa linha politica, o PSDB, que começou a fazer propagandas(veja o video postado no inicio do blog) que lembram muito as feitas por seus opostos. A criação de novos partidos que são ideologicamente vazios, bem como a falta de um papel claro sobre a função da direita atual e sobre o fato de quem, hoje, pode ser considerado de direita?
Nesse primeiro de maio, dia que relembra lutas tão importantes que foram históricamente travadas, creio que o meu maior desejo seria poder acordar num país que respeita a sua história, mas tem a consciência de que o mundo evolui, e que esses velhos idealistas que estão a frente de tantos sindicatos e partidos contraditórios deveriam apostar numa máxima: na formação politica de jovens representantes da direita e da esquerda. Afinal, política é vida, e como toda vida segue um ciclo, nenhum de vocês, enquanto indíviduo, vai permanecer para sempre a frente das representações sociais.
- A qual movimento você pertence mesmo? - me perguntaram.
- A nenhum, sou apenas uma estudante de educação.
Penso que deveria ter respondido agora de outra forma: Represento o futuro por algum tempo, até que meu filho possa crescer e tomar o meu lugar.
Educação em Luto
Desde a decáda de 30, a imagem que a educação tenta nos vender é a de que sem educação não há futuro, pois somente atráves dela podemos mudar o rumo de nossas vidas. Mas, afinal, que educação estamos dando as nossas crianças e jovens que faz com que um caso tão barbáro ocorra em um país que até então nunca tinha vivenciado episódio tão tenebroso?
O jovem que cometeu tal ato insano sempre foi visto como um excelente aluno dentro da escola, talvez seja esse o primeiro erro do sistema, que ao se deparar com o dito "bom aluno" nunca presta atenção em suas reais necessidades, isso porque na educação ainda se acredita que o importante é desenvolver o lado cognitivo (saberes) deixando de lado tudo que possa parecer mais humano que o bom desempenho escolar.
Além disso as vítimas, em sua maioria, foram meninas, fato que não pode ser visto como casual e sim como premeditação, fazendo com que esse crime se transforma-se não apenas em uma fatalidade, antes acabou virando mais um crime contra a mulher, essa que lutou tanto para ter acesso a educação ao longo da história. Esse é o retrato de uma sociedade patriarcal e machista que faz com que meninas se transformem em mulheres cada dia mais cedo, que ensina as mesmas a criarem seus filhos homens dentro da lógica patriarcal e que marca a mulher com o eterno estigma do desejo pelo corpo feminino.
Sou solidária as lágrimas derramadas pela nossa presidenta Dilma Rousseff, que diante da fatalidade, em seu pronunciamente pediu por um minuto de silêncio e neste minuto deixou que as lágrimas tomassem conta de seus olhos. Isso ocorreu não somente pela sensibilidade feminina, mas antes porque ela, como um símbolo de vitória e conquista feminina, conseguiu ver o quão longe estamos de realmente nos livrar dessa herança patriarcal que faz com que a mulher se transforme em "coisa" não em um ser dotado de capacidade e inteligência para além da adiministração do lar e trato dos filhos. Sem querer levantar bandeiras partidárias, pois antes da figura me remeto a mulher que todos esquecem que existe para além da figura da autoridade de Dilma.
Não bastasse todos esses aspectos do crime, em meio as redes sociais o que mais houve foram afirmações preconceituosas vindas de pessoas que afirmavam que fatores religiosos influenciaram no atentado, alguns até cogitaram a hipótese do jovem ser adepto da religião muçulmana por causa das afirmações de alguns detalhes de sua carta suicida. Mas uma vez uma fatalidade foi utilizada para desencadear o preconceito velado de tantos, pois como poderia essa afirmação ser verdadeira quando a carta leva os nomes de Deus e Jesus? As pessoas tendem a aproveitar situações de crise para declarar seus preconceitos sem precedente.
A idéia do jovem certamente foi importada e inspirada no caso de COLUMBINE, contudo não é saudável globalizarmos também as paranóias e medos estrangeiros, afinal, nossa realidade é diferente e precisa ser analisada pela ótica da análise da sociedade brasileira e não do preconceito estrangeiro.
Outra afirmação que me deixou um tanto conturbada foi a de como o rapaz não tinha amigos e passava o tempo inteiro recluso em frente ao computador. Não podemos culpar a tecnologia e os meios de comunicação pela criação de tipicos sociopatas, antes temos que analisar o porque estamos deixando uma invenção que foi criada para ajudar o homem transformar as pessoas em máquinas que possuem duas vidas, uma no mundo real e outra nesse universo paralelo onde podemos, se desejarmos, nos transformar até mesmo em Deuses que ficam fatalmente marcados e chocados quando são atirados para viver em meio ao mundo real.
Crimes como o que ocorreu em Realengo me fazem sofrer como educadora, mãe e mulher que sou. Me fazem temer ao pensar no mundo que estamos criando para os nossos filhos e para as próximas gerações.
Para terminar esse texto deixo aqui um trecho do livro Educação e Emancipação, que relata um entrevista de um dos Filósofos da Escola de Frankfurt Theodor W. Adorno, que fala sobre a Educação após Auschwitz (campo de concentração Alemão). Como alemão e judeu fa uma reflexão sobre o que temos que fazer para evitar tal atrocidade, e mesmo para aqueles que não pertencem a área da educação cabe compartilhar tal reflexão que tem um forte apelo a todo e qualquer ser humano:
Bolsonaro no País da Hipocrisia
Era uma vez um jovem senhor de velhos costumes que vivia num pequeno planetinha chamado Barbárie666. Nesse pequeno planeta não existiam minorias, as pessoas eram todas brancas, magras, sorridentes e heterossexuais. Não havia corrupção, a família, tradição e a religião eram valores respeitados por todos que temiam a Deus e respeitavam sua Pátria acima de todas as coisas. Todas as tardes ao lado da sua família , o jovem senhor olhava opor do sol e via que tudo aquilo era bom.
Um dia, para seu desespero, enquanto o jovem senhor marchava com seu exército ele se distraiu enquanto observava um coelho que fumava um baseado, como bom capitão ele tentou pegar o coelho para aplicar a devida medida disciplinar, foi quando escorregou e caiu num buraco negro que o levou diretamente para um universo paralelo onde não havia apenas uma raça e sim raças que viviam juntas, homens andavam de mãos dadas com outros homens, mulheres não cuidavam mais dos seus maridos, os filhos não seguiam os sonhos de seus pais, antes construíam seus próprios caminhos. Não existia militares no poder, o que havia ali era a chamada democracia e para que tudo fosse mais insuportável uma mulher, veja só meu Deus, uma mulher estava no poder daquele imenso e tenebroso universo.
Tudo era assustador, o jovem senhor sentia que precisava escapar dali para voltar a viver feliz no seu mundo de perfeição e disciplina. Como ele era muito inteligente sabia que só conseguiria sair dali se fingisse viver em meio aquela gente tão insuportável e diferente, por isso ele resolveu fingir que trabalhava por eles e aos poucos ensinava aquele povo todo, através de seus discursos, o que era viver conforme as regras da tradição, justiça e família. Seu jeito de falar era tão perturbador e diferente que muitos começaram a admirá-lo, e foi assim que ,vendendo a imagem do que seria a perfeição, o jovem senhor se elegeu com 120 mil votos de um povo que, não querendo se declarar preconceituoso, adotava aquela figura como alivio de suas frustrações.
Tudo finalmente corria bem e o jovem senhor já podia avistar, ao longe, o velho buraco negro por onde havia entrado naquele mundo sombrio, mas quando ele pensou estar perto do fim algo inusitado aconteceu: Ele falou a verdade para aquele povo.
A partir daquele dia todos os que o apoiavam se esconderam, deixando que o jovem senhor ficasse preso para sempre em meio ao país da hipocrisia. Sem chances de voltar para o seu planetinha perfeito, o jovem senhor foi infeliz para sempre, vivendo preso em sua mente dentro das regras de um planeta que para ele nunca mais seria verdade.
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A todos aqueles que desprezam a conduta antiética e desumana de Jair Bolsonaro e a todos os que concederam a ele seus votos.
Cega, Demasiadamente Cega
Dentro desses debates sobre a educação, sempre costumam dizer que a educação esta falida, pauta que eu, como Pedagoga, não costumo levantar como bandeira. Contudo, com base nas ultimas noticias sobre atos homofóbicos publicados na midia, tenho que concordar que a educação realmente esta falida, mas ao contrário do que possam imaginar esse fato não esta acontecendo dentro das escolas publicas, como também em várias instituições renomadas que são responsáveis por formar os filhos da elite do nosso país.
Como levar a sério uma mãe que tenta explicar a grotesca atitude de seu filho "menor de idade" que agrediu três pessoas friamente, justificando que foi apenas uma atitude infantil tomada pelo filho? Como se apenas a visita a um especialista ou um bom castigo, diminuissem a gravidade do ato. Ainda tentando mostrar como seu filho era um bom rapaz, ainda nos declara que ele sempre tirou boas notas. Por fim, o que são notas boas diante de atitudes baixas como essa? Parece que a formação nas escolas dos grandes bairros esta tão voltada para as "boas notas" que esqueceram de ensinar valores indispensáveis a uma vida em sociedade.
Como se não bastasse esse incidente, na ultima quinta (11/11) postaram no blog da folha o Manifesto Presbiteriano sobre a Lei da Homofobia, onde a Universidade Mackenzie utilizando várias citações biblicas e argumentos retirados da nossa constituição, mostrava sua posição contraria a aprovação da lei que torna crime posturas homofóbicas, alegando que eles possuem o direito de instruir seus alunos a não praticarem o homossexualismo. Argumento fraco, uma fez que homossexualismo não é nenhuma doutrina que possa ser pratica e sim uma opção sexual adotada por algumas pessoas.
Uma instituição respeitada, que vende camisetas, mochilas, entre outros objetos com a marca "Mackenzie Solidário" não consegue ser laica a ponto de respeitar as opções adotadas por algumas pessoas para sua vida.
Diante dessas noticias, me afasto da minha literatura e olho para o mundo com os olhos de quem ainda quer enxergar um belo futuro para a educação do meu país, mas tudo que sinto é que como a justiça a educação esta cega, pois não quer ver o quanto de contéudo estão ensinado e o quanto de valores estão deixando de pregar. Sinto como se as grandes instituições que sempre foram tão adimiradas por muitos jovens de classe média formacem pessoas demasiadamente cegas para tudo o que possa lhes parecer diferente e terrivelmente oposto.
Uma pequena pausa, sinto como se minhas mãos se aproximassem do mastro da bandeira da desmotivação, contudo, espero me manter confiante a ponto de esperar por melhores noticias nos dias que viram.