Como educadora sinto que demorei para falar sobre esse assunto, mas isso porque como pesquisadora, primeiro fui atrás da obra para poder ler e fazer uma interpretação que não estivesse influenciada por esse ou aquele artigo, comentário ou reportagem.
Ao ler o tão comentado capítulo do livro “Por uma vida melhor”, da professora Heloisa Ramos, que tenta ensinar como se deve utilizar a norma popular e a culta no nosso cotidiano percebi o quanto a maioria das opiniões sobre o assunto estavam equivocadas, pois o que encontramos no livro não é uma apologia ao falar ou ao escrever errôneo, mas sim uma explicação muito precisa do porque devemos utilizar a norma culta na maioria das situações sociais. Isso fica bem claro quando a autora diz que a lingua é um instrumento de poder muito bem utilizado pela classe dominante e por isso deve ser utilizado por nós (os alunos, em questão), para que não soframos com o chamado preconceito linguistico.
Creio que ai esta o ponto que fez com que esse capítulo do livro fosse tão severamente criticado pela mídia em geral, afinal, apesar de não sofrermos mais com nenhuma censura, ainda sofremos com o moralismo aprendido com a mesma durante um longo período. Se antigamente as mídias tentavam nos informar mesmo sobre grande repressão, hoje ela apenas deforma nossa opinião por ter perdido quase todo seu aspecto crítico e ter virado quase apenas entretenimento.
Na ultima semana, no dia 27/05, participei de uma mesa que discutia as manifestações populares como resistência da cultura popular, no Congresso de História do ABC, na cidade de Diadema, São Paulo. O intuito era que cada participante da mesa falasse um pouco sobre sua experiência com o movimento de cultura popular que representavam, quando chegou a vez de um senhor que falou sobre a chamada Congada, pude notar que uma parte do auditório fazia comentários irônicos, pois o senhor em questão não era nenhum acadêmico e antes de iniciar sua fala foi se desculpando por não saber "falar bonito". Acompanhei as falas de todos até o fim, e todos aqueles que demonstravam dificuldades em se comunicar utilizando a linguagem culta eram alvo de comentários e sorrisos de deboche.
Mais por que raios estou falando sobre isso?
Simples, só estou tentando mostrar o quanto estamos acostumados a pensar que apenas o conhecimento dito culto é conferido como verdadeiro conhecimento e como ignoramos tudo o que possa ser considerado popular. O pior nisso é que todas as pessoas que por alguma razão não se apropriaram corretamente da linguagem culta sentem-se culpadas por não saberem "falar bonito", e por mais que façam trabalhos magníficos de incentivo a cultura são taxadas como incapazes.
Discussões como as iniciadas no capítulo tão difamado do livro tem como intuito o desejo de mostrar a tantos excluídos da sociedade que o conhecimento que eles possuem tem valor e somados aos conhecimentos das normas cultas pode aumentar e fazer com que a história de muitas vidas possa tomar um rumo diferente daquele determinado pela classe social em que nasceram.
Como educadora desejo que a educação nunca saia da pauta das discussões nas mídias para que ela possa se aprimorar e avançar cada vez mais. Contudo, como pesquisadora, espero que toda e qualquer pessoa que venha a publicar alguma opinião sobre a educação faça, antes, um dos exercícios mais lógicos e bonitos aprendidos na área da comunicação: ANALISE AS FONTES. sem esquecer de dar uma olhada no seu viés.
Ao ler o tão comentado capítulo do livro “Por uma vida melhor”, da professora Heloisa Ramos, que tenta ensinar como se deve utilizar a norma popular e a culta no nosso cotidiano percebi o quanto a maioria das opiniões sobre o assunto estavam equivocadas, pois o que encontramos no livro não é uma apologia ao falar ou ao escrever errôneo, mas sim uma explicação muito precisa do porque devemos utilizar a norma culta na maioria das situações sociais. Isso fica bem claro quando a autora diz que a lingua é um instrumento de poder muito bem utilizado pela classe dominante e por isso deve ser utilizado por nós (os alunos, em questão), para que não soframos com o chamado preconceito linguistico.
Creio que ai esta o ponto que fez com que esse capítulo do livro fosse tão severamente criticado pela mídia em geral, afinal, apesar de não sofrermos mais com nenhuma censura, ainda sofremos com o moralismo aprendido com a mesma durante um longo período. Se antigamente as mídias tentavam nos informar mesmo sobre grande repressão, hoje ela apenas deforma nossa opinião por ter perdido quase todo seu aspecto crítico e ter virado quase apenas entretenimento.
Na ultima semana, no dia 27/05, participei de uma mesa que discutia as manifestações populares como resistência da cultura popular, no Congresso de História do ABC, na cidade de Diadema, São Paulo. O intuito era que cada participante da mesa falasse um pouco sobre sua experiência com o movimento de cultura popular que representavam, quando chegou a vez de um senhor que falou sobre a chamada Congada, pude notar que uma parte do auditório fazia comentários irônicos, pois o senhor em questão não era nenhum acadêmico e antes de iniciar sua fala foi se desculpando por não saber "falar bonito". Acompanhei as falas de todos até o fim, e todos aqueles que demonstravam dificuldades em se comunicar utilizando a linguagem culta eram alvo de comentários e sorrisos de deboche.
Mais por que raios estou falando sobre isso?
Simples, só estou tentando mostrar o quanto estamos acostumados a pensar que apenas o conhecimento dito culto é conferido como verdadeiro conhecimento e como ignoramos tudo o que possa ser considerado popular. O pior nisso é que todas as pessoas que por alguma razão não se apropriaram corretamente da linguagem culta sentem-se culpadas por não saberem "falar bonito", e por mais que façam trabalhos magníficos de incentivo a cultura são taxadas como incapazes.
Discussões como as iniciadas no capítulo tão difamado do livro tem como intuito o desejo de mostrar a tantos excluídos da sociedade que o conhecimento que eles possuem tem valor e somados aos conhecimentos das normas cultas pode aumentar e fazer com que a história de muitas vidas possa tomar um rumo diferente daquele determinado pela classe social em que nasceram.
Como educadora desejo que a educação nunca saia da pauta das discussões nas mídias para que ela possa se aprimorar e avançar cada vez mais. Contudo, como pesquisadora, espero que toda e qualquer pessoa que venha a publicar alguma opinião sobre a educação faça, antes, um dos exercícios mais lógicos e bonitos aprendidos na área da comunicação: ANALISE AS FONTES. sem esquecer de dar uma olhada no seu viés.
Nenhum comentário:
Postar um comentário