quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Ensino Superior?


Porque depois de democratizar o acesso ao ensino fundamental, a próxima meta para fazer o Brasil crescer é a democratização do Ensino Superior...
Manchetes de alguns jornais anunciam a demissão em massa de professores mestres e doutores das faculdades que foram compradas pela  Anhanguera Educacional Participações S/A no final deste ano...

Qual a ligação entre essas duas afirmações? Ironicamente, na ultima segunda-feira (19/12) enquanto os jornais anunciavam a demissão em massa dos professores, a presidenta Dilma falava no Programa Café com a Presidenta sobre o Programa Ciência Sem Fronteiras  que visa fornecer bolsas de estudos para os estudantes que conseguirem boas notas na prova do ENEM, com isso o programa procura preparar melhor os profissionais para algumas áreas especificas, onde o nosso país sofre de carência de profissionais, além de universalizar o ensino superior independente da classe a que os estudantes pertencem,
Realmente, estudar no exterior vai ser uma ótima experiência para muitos estudantes contemplados pelas bolsas, mas qual será o futuro dos estudantes que continuarem seus estudos no nosso país? Se levarmos em conta que o exemplo das recentes demissões realizadas nas instituições do Grupo Anhanguera, podemos afirmar que o futuro da ensino superior não será nada animador, uma vez que mestres e doutores foram mandados embora para dar lugar a graduados e especialistas que acabam sendo mais lucrativos para a empresa. 
Infelizmente o ensino superior atualmente esta ligado ao termo empregabilidade, não se estuda para a formação intelectual, toda a formação é técnica e voltada para o mercado de trabalho que pede cada vez mais agilidade na formação, as pessoas já não podem se preparar bem,elas devem apenas acumular diplomas. E mesmo diante de denuncias como a mudança nas grades curriculares a falta de qualidade e preparo dos professores que trabalham nas instituições de ensino pertencentes ao grupo Anhanguera, o numero de alunos nelas não para de crescer, unica e simplesmente porque possuem um preço demasiadamente mais barato se comparado a instituições particulares mais renomadas. Porque o que conta não é a qualidade do ensino, antes é sua praticidade e rapidez.
Outro fator importante a se apontar e a crise educacional na qual o Grande ABC irá mergulhar, uma vez que a maior parte de suas instituições agora pertencem ao Grupo Anhanguera. Logo cabe a reflexão: será que essa região esta fadada a viver a homogeneidade do pensamento? Seria essa a recompensa pelo papel histórico fundamental que a mesma exerceu para o crescimento da cidade de São Paulo? Cabe a nós moradores e intelectuais da região ficarmos atentos a mudanças que ainda estão por vir.
O programa Ciência sem Fronteiras pode sim, em alguns aspectos, ser uma boa solução para a democratização do ensino superior, contudo, aos que aqui ficarem cabe a coragem de acreditar que num futuro distante, a educação neste nível possa se tornar de fato superior e não continuar sendo inferior se comparada aos demais países.