Fonte: Google Imagens
Porque depois de democratizar o acesso ao ensino fundamental, a próxima meta para fazer o Brasil crescer é a democratização do Ensino Superior...
Manchetes de alguns jornais anunciam a demissão em massa de professores mestres e doutores das faculdades que foram compradas pela Anhanguera Educacional Participações S/A no final deste ano...
Qual a ligação entre essas duas afirmações? Ironicamente, na ultima segunda-feira (19/12) enquanto os jornais anunciavam a demissão em massa dos professores, a presidenta Dilma falava no Programa Café com a Presidenta sobre o Programa Ciência Sem Fronteiras que visa fornecer bolsas de estudos para os estudantes que conseguirem boas notas na prova do ENEM, com isso o programa procura preparar melhor os profissionais para algumas áreas especificas, onde o nosso país sofre de carência de profissionais, além de universalizar o ensino superior independente da classe a que os estudantes pertencem,
Realmente, estudar no exterior vai ser uma ótima experiência para muitos estudantes contemplados pelas bolsas, mas qual será o futuro dos estudantes que continuarem seus estudos no nosso país? Se levarmos em conta que o exemplo das recentes demissões realizadas nas instituições do Grupo Anhanguera, podemos afirmar que o futuro da ensino superior não será nada animador, uma vez que mestres e doutores foram mandados embora para dar lugar a graduados e especialistas que acabam sendo mais lucrativos para a empresa.
Infelizmente o ensino superior atualmente esta ligado ao termo empregabilidade, não se estuda para a formação intelectual, toda a formação é técnica e voltada para o mercado de trabalho que pede cada vez mais agilidade na formação, as pessoas já não podem se preparar bem,elas devem apenas acumular diplomas. E mesmo diante de denuncias como a mudança nas grades curriculares a falta de qualidade e preparo dos professores que trabalham nas instituições de ensino pertencentes ao grupo Anhanguera, o numero de alunos nelas não para de crescer, unica e simplesmente porque possuem um preço demasiadamente mais barato se comparado a instituições particulares mais renomadas. Porque o que conta não é a qualidade do ensino, antes é sua praticidade e rapidez.
Outro fator importante a se apontar e a crise educacional na qual o Grande ABC irá mergulhar, uma vez que a maior parte de suas instituições agora pertencem ao Grupo Anhanguera. Logo cabe a reflexão: será que essa região esta fadada a viver a homogeneidade do pensamento? Seria essa a recompensa pelo papel histórico fundamental que a mesma exerceu para o crescimento da cidade de São Paulo? Cabe a nós moradores e intelectuais da região ficarmos atentos a mudanças que ainda estão por vir.
O programa Ciência sem Fronteiras pode sim, em alguns aspectos, ser uma boa solução para a democratização do ensino superior, contudo, aos que aqui ficarem cabe a coragem de acreditar que num futuro distante, a educação neste nível possa se tornar de fato superior e não continuar sendo inferior se comparada aos demais países.
Realmente o que vejo é o aumento vertiginoso de pessoas com diploma universitário, mas sem nenhuma qualidade. São pseudo profissionais formados como se fosse uma linha de produção. Acredito que realmente, muitas das universidades oferecem muita coisa, menos um ensino superior de fato.
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