terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Toda Criança é Especial


LINK FILME INTEIRO LEGENDADO: Taare Zameen Par - Toda Criança é Especial

A minha amiga e educadora Sarah Helena

O termo criança especial, atualmente utilizado como referencia a portadores de deficiência física e mental, pode ser utilizado de maneira mais ampla se levarmos em consideração que todas as crianças são, de fato, especiais, afinal todo o individuo é dotado de certas características que os fazem ser todos diferentes no seu modo de ver ser, aprender e conviver com as pessoas. Por que então dentro da escola, tratamos nossas crianças de modo homogêneo, sendo que todas são diferentes umas das outras?
Ao assistir indiano intitulado, Toda Criança é Especial, recomendado por amigos educadores no Facebook, decidi fazer esse post  e falar um pouco sobre as minhas impressões sobre o filme, que julgo ser um filme tão expressivo que deveria ser assistido por todos os que trabalham com educação.
O Filme conta a história do garoto Ishan, que rotulado por suas professoras como indisciplinado e incapaz de obter qualquer avanço significativo no seu aprendizado, se vê envolvido em meio a um dilema familiar, onde sua família tenta fazer o "melhor" para que ele não seja considerado uma criança deficiente. Para piorar a vida do garoto, ele é o tempo inteiro comparado ao seu irmão, que bem sucedido nos estudos, possui o perfil de campeão que todos os pais almejam a seus filhos.
Aqui cabe fazer a primeira reflexão sobre o filme, o que os pais esperam para o futuro de seus filhos? Dificilmente uma família quando cria uma criança gostaria de imaginar um futuro de dificuldades, em geral, o ideal de filho seria o do filho perfeito, aquele que só trás orgulho e honra para casa. Logo, se a criança apresenta algumas dificuldades as famílias entram em conflito compostos de etapas semelhantes a descoberta de uma deficiência grave: Negação, luto e aceitação.
No caso do garoto do filme, a diretora da escola, diante do péssimo desempenho escolar do menino sugere que ele possa sofrer de alguma deficiência mental grave, os pais do garoto, com sentimento de ofensa, resolve matricular o garoto num colégio interno, pois acham que tudo o que o garoto precisa é de disciplina mais rigorosa. Infelizmente a medida acaba prejudicando mais do que ajudando o garoto que, na verdade sofre de dislexia, diagnosticada por um professor substituto de artes que se interessa em saber porque um de seus alunos é tão quieto.
A dislexia que pode ser encarada como uma doença mental não é nada alem, como relatado no blog citado, é um jeito diferente de se aprender, que reflete a expressão individual de uma mente, muitas vezes brilhante, até mesmo genial, mas que aprende de maneira diferente.
Nossos rostos diferentes e únicos já poderiam servir de pista a um simples verdade: nós, seres humanos, não aprendemos todos da mesma forma, e mesmo as pessoas consideradas muito inteligentes não conseguem ser boas em todas as áreas do conhecimento, porque julgar então que uma mesma maneira de conta de educar todas as crianças dentro da escola? 
Existe uma teoria chamada de Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner que, resumidamente, nos sugere que cada pessoa possui habilidades voltadas para campos específicos do conhecimento, campo esse que deve merecer maior atenção no desenvolvimento das habilidades da pessoa. No caso do garotoa Ishan, ele possuía inteligência acima da média, e seu campo de maior concentração era o das artes, pois conseguia se expressar perfeitamente através de suas pinturas que eram ricas em detalhes. 
Essa é uma das primeiras teorias que deveriam ser ensinadas nos cursos de formação docente por mostrar uma abordagem diferente sobre o significado que seria inteligencia, contudo, na maioria das vezes ele é apenas citado e cabe aos alunos, caso lhes interesse, pesquisar mais profundamente sobre a teoria. Creio que por isso, e pelas facilidades de se homogenizar as pessoas, é que ainda continuamos tratando nossos alunos como se eles fossem todos iguais, como se nenhuma criança fosse tão especial.