Fonte: Blog CASES
Na ultima semana, entre os do dia 23 e 25 de agosto, participei da II Semana de Educação em Direitos Humanos realizada pelo Núcleo de Educação em Direitos Humanos(NEDH), da Universidade Metodista de São Paulo. O tema escolhido para os seminários dessa semana foi: Laicidade do Estado, direitos humanos e educação no Brasil, tema este que gerou grandes discussões em torno da existência do chamado Estado Laico em nosso país. Grandes nomes e autoridades no assunto foram chamados a dialogar com os participantes, mesmo assim a coisa que mais me marcou nesta semana talvez tenha sido a obtenção da seguinte conclusão pessoal: laicidade é mais uma das utopias do nosso sistema chamado democrático.
Num país onde o número dos chamados sem religião aumenta gradativamente, ainda nos pegamos a discutir temas como o ensino religioso dentro das escolas, que em nosso país e considerado apenas como o ensino de dogmas ligados a igreja católica. Como aceitar que existe laicidade neste país, quando grupos chamados minoritários ainda são tratados com desrespeito, como os negros que tem suas demostrações de fé desrespeitadas por carregarem forte estigma sobre seus ritos particulares.
Na verdade vivemos em uma comunidade de outsiders*, onde toda e qualquer particularidade que não esteja ligada a nossa herança educacional cristã é rejeitada e tratada como manifestação imprópria e exótica demais para ser levada a sério. Demostração clara desse desrespeito é o recente Acordo Brasil Santa Sé, que esta sendo votado no Supremo Tribunal Federal (STF). Com um acordo feito entre a igreja católica e o nosso país no que se refere a educação religiosa, como iremos atender com dignidade nas escolas os filhos de todos que possuem uma crença diferente, ou mesmo daqueles que não possuem nenhuma crença?
Voltando na história, me sinto como os índios, nosso povo originário, que foram tão maltratados em nome dessa história ligada a igreja católica.
Laicidade do estado... falsidade do estado, enquanto não houver respeito entre as culturas, essa sempre será mais uma palavra perdida em meio ao dicionário.
*Não existe uma tradução correta para a palavra outsiders, mas a grosso modo poderia dizer que outsiders, na visão sociológica, são todos aqueles que não vivem segundo as regras sociais da maioria.
Num país onde o número dos chamados sem religião aumenta gradativamente, ainda nos pegamos a discutir temas como o ensino religioso dentro das escolas, que em nosso país e considerado apenas como o ensino de dogmas ligados a igreja católica. Como aceitar que existe laicidade neste país, quando grupos chamados minoritários ainda são tratados com desrespeito, como os negros que tem suas demostrações de fé desrespeitadas por carregarem forte estigma sobre seus ritos particulares.
Na verdade vivemos em uma comunidade de outsiders*, onde toda e qualquer particularidade que não esteja ligada a nossa herança educacional cristã é rejeitada e tratada como manifestação imprópria e exótica demais para ser levada a sério. Demostração clara desse desrespeito é o recente Acordo Brasil Santa Sé, que esta sendo votado no Supremo Tribunal Federal (STF). Com um acordo feito entre a igreja católica e o nosso país no que se refere a educação religiosa, como iremos atender com dignidade nas escolas os filhos de todos que possuem uma crença diferente, ou mesmo daqueles que não possuem nenhuma crença?
Voltando na história, me sinto como os índios, nosso povo originário, que foram tão maltratados em nome dessa história ligada a igreja católica.
Laicidade do estado... falsidade do estado, enquanto não houver respeito entre as culturas, essa sempre será mais uma palavra perdida em meio ao dicionário.
*Não existe uma tradução correta para a palavra outsiders, mas a grosso modo poderia dizer que outsiders, na visão sociológica, são todos aqueles que não vivem segundo as regras sociais da maioria.